Um artigo publicado na revista World Psychiatry em Outubro de 2023 sintetizou as definições, estimou a prevalência, revisou as evidências disponíveis sobre fatores de risco e forneceu recomendações para detecção e manejo de Depressão Resistente ao Tratamento (TRD).

Leia o resumo que nosso especialista, Dr. Acioly Lacerda, preparou para você!

Definições de TRD

A padronização de uma definição universalmente aceita pode melhorar a consistência no diagnóstico e tratamento, facilitando a comunicação entre profissionais de saúde e a comparação entre estudos clínicos.

Prevalência de TRD 

A prevalência estimada de TRD varia amplamente devido à heterogeneidade das definições. Uma estimativa conservadora, baseada em estudos, sugere que pelo menos 30% das pessoas em tratamento para depressão apresentam TRD. Na prática clínica, a prevalência pode ser ainda maior.

Fatores de Risco

Diversos fatores sociodemográficos, clínicos e relacionados a experiências adversas e trauma estão associados a um risco aumentado de TRD. Entre eles, destacam-se idade avançada, baixo nível socioeconômico, histórico de trauma na infância, maior gravidade da depressão, duração prolongada dos episódios depressivos, presença de sintomas psicóticos, ansiedade e comorbidades.

Detecção de TRD

O artigo enfatiza a importância de um diagnóstico preciso de depressão maior e a necessidade de descartar pseudo-resistência. A avaliação deve incluir a triagem para transtorno bipolar, o diagnóstico e manejo de comorbidades, a confirmação da adequação dos ensaios de tratamento anteriores e a avaliação da adesão ao tratamento.

Manejo de TRD

O estudo revisa diversas estratégias de manejo, incluindo a extensão do ensaio com antidepressivo atual, a troca de antidepressivos, a combinação de antidepressivos, o uso de escetamina/cetamina, a neuromodulação (ECT, rTMS, VNS, SNT) e intervenções psicoterapêuticas. A escetamina combinada com um antidepressivo é considerada a estratégia farmacológica mais bem avaliada para o tratamento agudo e de manutenção da TRD.

Conclusões

A TRD é uma condição complexa e desafiadora que afeta um número significativo de pessoas. A falta de uma definição universal e a heterogeneidade das apresentações clínicas dificultam a pesquisa e o desenvolvimento de tratamentos eficazes. O artigo destaca a necessidade de uma definição consensual aprimorada, que incorpore medidas de resultados relatados pelo paciente e leve em consideração a complexidade biopsicossocial da TRD. O estudo também enfatiza a importância da detecção precoce, do manejo individualizado e da investigação de novas intervenções para melhorar os resultados de saúde para pessoas com TRD.

Fonte: Treatment-resistant depression: definition, prevalence, detection, management, and investigational interventions; World Psychiatry 2023;22:394–412

Quer saber mais sobre a BR Trials? Acesse nossos perfis no Instagram, Facebook e LinkedIn. Além disso, acompanhe todas as novidades do mundo da Pesquisa Clínica em nosso blog, com conteúdos totalmente atualizados!