Os transtornos alimentares (TA) são definidos como alterações severa no hábito ou comportamento alimentar, levando a um impacto na saúde física ou funcionamento psicossocial. Em pessoas que convivem com o diabetes mellitus (DM), a presença de TA interfere no controle metabólico do paciente, o que aumenta a possibilidade de complicações.
Os principais tipos de TA prevalentes na população com DM, bem como, os mais prevalentes também na população sem DM são: anorexia nervosa, bulimia nervosa e o transtorno de compulsão alimentar. Vale destacar que, em relação aos jovens com diabetes tipo 1, o transtorno alimentar mais frequente é a bulimia nervosa, de acordo com os estudos, isso ocorre em aproximadamente 30% das meninas, sendo 1% na faixa etária de 9 aos 13 anos, 14% na faixa de 12 aos 18 anos e 34% na faixa de 16 aos 22 anos.
A bulimia nervosa purgativa, que também é conhecida como diabulimia, trata-se de uma alteração deliberada da dose de insulina, onde aquele que convive com a DM, reduz a dose da insulina ou deixa de usá-la com o intento de perder peso corporal. Podendo estar associada essa prática aos episódios de vômitos, uso de laxantes, enemas e/ou diuréticos. Com isso é preciso estar atento aos sinais de TA nessa população, dando atenção aos seguintes sinais:
- Omissão de doses de insulina;
- Episódios recorrentes de cetoacidose diabética;
- Episódios recorrentes de hipoglicemia (glicose baixa);
- Níveis sempre elevados de hemoglobina glicosilada;
- Atraso no crescimento;
- Atraso puberal;
- Queixas de menstruação irregular;
- Episódios frequentes de infecções urinárias;
- Perda de apetite ou comer em excesso;
- Flutuações no peso;
- Perda severa ou ganho rápido de peso sem explicações clínicas;
- Início precoce de neuropatia, retinopatia, nefropatia e gastroparesia;
- Depressão, ansiedade e outros distúrbios psicológicos;
- Pedidos frequentes para mudar plano alimentar;
- Insistência na autoadminstração de insulina;
- Abuso de levotiroxina, quando associada com hipotireoidismo;
- Abuso de metformina.
Diante disso, o plano alimentar do paciente deve ser flexível e individualizado, onde deverão ser feitas mudanças graduais em sua ingesta alimentar, esse a qual reúne estratégias alimentares que são dirigidas internamente, voltadas ao fato de reconhecer sinais de fome e saciedade, mantendo maior atenção para o ato de comer.