A retinopatia diabética é considerada a principal causa de cegueira na faixa etária de produção de trabalho no mundo ocidental. Sendo ela classicamente descrita como uma doença micro circulatória que é originada através de alterações dos pequenos vasos sanguíneos na retina, que é responsável por receber imagens e enviar as informações sobre as imagens ao cérebro.
E em relação a sua fisiopatologia, ela está relacionada com a apoptose de células ganglionares, amácrinas e células de Muller da retina, isso ocorre devido ao aumento de glutamato que se acumula, tendo como consequência o aparecimento de um quadro de neurodegeneração e diminuição da camada de fibras nervosas e células ganglionares. A retinopatia engloba três estágios principais:não proliferativa (de fundo), pré-proliferativa e proliferativa.
Na retinopatia não proliferativa, uma das complicações é o edema macular, chamado de edema macular diabético (EMD) esse a qual pode atingir aproximadamente 10% dos indivíduos portadores do diabetes tipo 1 ou do tipo 2, todavia, é mais frequente no DM2 do que se comparado ao DM1, ademais, esse evento pode acarretar a distorção visual e/ou a perda da visão central. A retinopatia pré-proliferativa, caracteriza-se a partir de alterações vasculares mais abrangentes e a perda das fibras nervosas e de acordo com evidências epidemiológicas, cerca de 10 a 50% dos clientes diagnosticados com retinopatia pré-proliferativa acabam desenvolvendo a retinopatia proliferativa em um curto período, que não excede a um ano.
Abrangendo o último estágio da retinopatia, a proliferativa possui a maior ameaça à visão, haja vista que, ela caracteriza-se pela proliferação de novos vasos sanguíneos, que crescem a partir da retina para a parte interna do humor vítreo, com isso, os novos vasos sanguíneos são susceptíveis ao sangramento. A perda visual nesse último estágio é ocasionada pela hemorragia vítrea, pelo descolamento da retina ou por ambos. O humor vítreo tem como característica ser transparente, o que possibilita a transmissão da luz até a retina. Contudo, quando há a ocorrência da hemorragia, ele torna-se turvo e incapaz de transmitir a luz, com isso, inviabiliza a visão. Além dessa consequência, a hemorragia do vítreo leva à formação de tecido cicatricial fibroso, ocasionando assim, uma tração sobre a retina e consequentemente a perda visual.